Ictio: Parasita no Aquário

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Blog do Dr. Fala - Ictio: Parasita no Aquário

Para os amantes do mundo aquático, ter um aquário em casa é transportar um pouco deste universo para o dia a dia. Além de ser um lindo objeto decorativo, observar a anatomia, natação e as belas cores dos peixes traz uma sensação de paz. Entretanto, existem algumas condições que podem modificar seu equilíbrio devido a inclusão de alguns patógenos, como o ictio, por exemplo.

O Ichthyophthirius multifiliis, popularmente chamado de “ictio” é um protozoário ciliado e distribuído no mundo todo, sendo responsável por provocar a parasitose conhecida como ictiofitiríase ou popularmente conhecida como “doença dos pontos brancos”, devido a característica da lesão nos peixes infectados. Este ectoparasita multiplica-se a um ritmo acelerado, o que justifica o termo “multifiliis”, que se refere à elevadíssima taxa de proliferação em um curto período.

A infecção pelo ictio tradicionalmente ocorre em períodos de oscilações da temperatura da água, especialmente associada ao outono e inverno, já que são frequentes as mudanças climáticas repentinas com a chegada de frentes frias. A forma mais comum de transmissão é a horizontal, onde o peixe contaminado torna-se a principal fonte disseminadora do parasita no ecossistema que se encontra.

Como qualquer outro parasita, entender o ciclo de vida é fundamental para que o tratamento seja eficaz. O I. multifiliis possui um ciclo composto por quatro fases. Teronte, trofonte, tomontes e tomitos. O teronte (forma infectante) penetra no tecido cutâneo e nas brânquias dos peixes. Após essa penetração, torna-se trofonte (forma parasitária) o qual se alimenta e desenvolve nestes tecidos, causando efeitos nocivos.

O parasita maduro deixa o hospedeiro e se diferencia em tomonte (forma reprodutiva assexuada), o qual irá secretar um cisto de proteção. Os tomontes encistados se mantêm na água ou se fixam em substratos, até que as condições ambientais sejam favoráveis, momento no qual ocorrem divisões (células-filhas), que são chamadas de tomitos. Por último, os tomitos são liberados e irão se diferenciar em terontes infectantes, que nadarão buscando hospedeiro para completar seu ciclo.

A patologia da doença se deve ao processo de perfuração do tegumento que é realizado pelo teronte, bem como pelo processo inflamatório intenso que se estabelece com o desenvolvimento dos trofontes sob o epitélio do hospedeiro. Com isso, ocorre hiperplasia epitelial com acúmulo de exsudato inflamatório que juntamente com o parasito, formam inúmeros pontos brancos na pele, córnea, nadadeiras e brânquias do animal infectado.

A mortalidade dos peixes ocorre somente após a maturação dos trofontes, que por sua vez rompe novamente o epitélio do peixe para ganhar o ambiente aquático, deixando dessa forma inúmeras úlceras cutâneas que são portas de entrada para infecções oportunistas por bactérias ambientais e fungos.

No entanto, ao ser atacado, o peixe tem a tendência de esfregar-se nas laterais do aquário ou lago, provocando ferimentos que, por sua vez, contribuem para o aparecimento de infecções secundárias, elevando as chances de ocorrência de altas taxas de mortalidade.

O tratamento deve ser realizado por meio da utilização do medicamento Labcon Ictio, seguindo as orientações da bula e mantendo a temperatura da água acima de 25°C. Antes de cada aplicação do medicamento é importante realizar uma troca parcial de água com sifonagem do fundo.

É importante ressaltar que peixes bem alimentados apresentam maior resistência às doenças, dessa forma, o alimento Alcon Guard Herbal é uma excelente opção para esta finalidade, podendo ser oferecido antes, durante e após o tratamento.

A melhor forma de prevenção é manter os parâmetros da água sempre estáveis e realizar o processo de quarentena ou desinfecção em novos exemplares (peixes e plantas) com o uso do Labcon Clean, conforme instruções de uso. Caso seu peixe apresente algum desses sintomas ou revele comportamento estereotipado, o recomendado é buscar auxílio de um médico veterinário.

Autor
Carlos Augusto Nicolino
Mestre e Doutor em Patologia Veterinária

Colaboradores
Max Ternero Cangani
Mestre em Microbiologia Agropecuária e Doutor em Zootecnia
Eva Schneider
Graduanda em Medicina Veterinária

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